Reforma da Previdência não deve sair até junho, dizem deputados

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Deputados da base governista afirmam que o cronograma do governo para a aprovação, até junho, da proposta de reforma da Previdência não deve ser cumprido. Eles criticam a forma como o governo vem se comunicando a respeito da matéria e dizem que não estão dispostos a “apanhar” sozinhos no Congresso. Líderes de partidos como PP, PR e PSD, que estão entre os maiores da base, afirmam que a previsão de aprovar o texto enviado pelo governo até junho não é realista.

A presença do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em audiência pública na semana passada, promovida pela comissão especial encarregada de apreciar o texto, foi muito criticada pelos aliados do governo. A avaliação é que o ministro falou menos do que deveria e se recusou a responder perguntas. Pesa negativamente o fato de o ministro ter se aposentado aos 52 anos e não fazer um “ato simbólico”, como a devolução de sua aposentadoria, por exemplo.

— A ida do ministro Padilha foi uma ducha de água fria. Os parlamentares se sentiram desamparados na comissão. Passou a imagem de que o governo não está disposto a defender sua proposta e deixou essa tarefa nas mãos da base — diz o líder do DEM, Efraim Filho (PB).

O líder do PP, Arthur Lira (AL), sugere que seria mais viável escolher apenas um item da reforma, como a idade mínima, para aprovar na Câmara.

— Já é um avanço muito grande se conseguir um ponto ou dois. Dificilmente o texto que veio do governo será aprovado na íntegra. Acredito que precisamos fazer a reforma por etapas. Tem que estancar a sangria, tratar de um ponto por vez. Se conseguir estabelecer idade mínima, já dá um recado para o mercado. O cronograma é uma coisa muito subjetiva. Se tiver encaminhamento para fazer só um ponto, dá uma adiantada. Aí vem outro governo e faz outra coisa. Se quiser 100%, não vai conseguir — diz Lira.

Para o líder do PSD, Marcos Montes (MG), não é possível marcar com tanta antecedência a votação de uma matéria tão polêmica:

— Não se marca data da votação de uma matéria como esta na comissão especial. A votação surge naturalmente, fruto da discussão. Tem que se esgotar, e não marcar com antecedência. Vamos fazer força para votar este semestre, mas não vamos atropelar. Se der, ótimo.

Para Aelton Freitas (PR-MG), líder de seu partido, o governo pode até pedir que a aprovação ocorra este semestre, mas a Câmara precisa debater com profundidade o texto e aprová-lo quando estiver maduro.

— O governo pedir para aprovar este semestre é como pedir chuva a Deus: pode pedir, mas só acontece quando der. A gente vai fazer no tempo que der. Não tem que aprovar nada da noite para o dia. O governo está fazendo o papel dele, colocou o bode na sala. Vamos chegar a um meio-termo, mas sabemos que, do jeito que o governo propôs, não dá. A proposta é aprovar neste semestre, mas podemos fazer até o fim do ano. O que temos é que começar a debater. Porque do jeito que está também não dá — afirma Aelton.

 

‘NÃO SÃO APENAS NÚMEROS’

A exemplo de vários de seus colegas, Aelton se queixa de que a comunicação do governo tem sido “falha” e não tem convencido nem a sociedade nem o Congresso. O líder do PSDB, Ricardo Trípoli (SP), ainda acredita ser possível aprovar o texto, com modificações, neste semestre. Mas também reforça as críticas sobre a forma como o governo tem tratado o tema:

— A sociedade ainda não está convencida. Tem de ter informação didática para a opinião pública. Tem de fazer isso voando, é fundamental.

Efraim Filho também acredita que é preciso mais empenho do governo para convencer a população sobre a reforma:

— O governo tem de trabalhar menos com equação matemática e mais com a vida real. Previdência não são apenas números, mexer com aposentadoria é mexer com a vida das pessoas, e é preciso ter consciência disso e do impacto que causa nas famílias. Não podemos trabalhar com a hipótese de manter o modelo atual, mas vamos podando os excessos no texto e aperfeiçoando a proposta.

Fonte: O Globo

 

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