Em Portugal, idosos que continuam a trabalhar superam a média da União Europeia
Em Portugal, dos 2,1 milhões de idosos, 11,3% continuavam ativos em 2015, superando a maioria dos estados-membros da União Europeia, onde a média é de 5,5%. De acordo com o Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE), ano passado, 208 mil portugueses continuavam a trabalhar depois dos 66 anos, idade prevista para a aposentadoria no país.
Os dados da agência Eurofound (European Foundation for the Improvement of Living and Working Conditions) mostram que a quantidade de pessoas com 50 anos ou mais na União Europeia aumentou de 178 milhões para 190 milhões. A realidade é de um número crescente de idosos sendo apoiado por uma população cada vez menor de trabalhadores mais jovens.
A idade para a aposentadoria em Portugal, desde janeiro deste ano, é de 66 anos e 2 meses, para ambos os sexos, sejam trabalhadores do setor público ou privado. Mas o aumento da idade para se aposentarem deve crescer a cada ano, tendo por base a evolução da expectativa média de vida. Em 2017, a idade será de 66 anos e 3 meses e em 2019, deverá chegar aos 67 anos. Pelas previsões do Instituto Nacional de Estatística, em 2050 um terço da população portuguesa terá 65 ou mais anos.
De acordo com a Eurofound, entre as pessoas com idade entre 65 e 70 anos, Portugal tem a segunda maior taxa de emprego (22%), ficando atrás apenas da Estônia (26%). No país, pessoas com idade acima de 50 anos preferem trabalhar mais horas do que em outros países da Europa, com uma carga horária acima das 45 horas semanais.
A Comissão Europeia lançou, para 2016 e 2017, a campanha “Locais de trabalho seguros e saudáveis”, cujo objetivo é promover o envelhecimento saudável, além de prevenir problemas de saúde ao longo da vida profissional e fornecer aos empregadores e aos trabalhadores meios para gerir a segurança e a saúde no trabalho, levando em conta o envelhecimento da população ativa. Segundo dados da Pordata, base de dados sobre Portugal, a expectativa de vida ao nascer, em 2015, era de 80,2 anos.
Sexta-feira passada (20), em Lisboa, reuniram-se representantes da DaneAge, associação que representa 40 milhões de idosos europeus, e membros da Associação de Aposentados Pensionistas de Reformados ( APRe!), para debater o tema “O futuro não tem idade”. A DaneAge atua em parceria com voluntários e empresas, em projetos de combate à solidão e de manutenção dos empregos para aqueles que não querem se aposentar.
De acordo com o estudo AgeWatch de 2015, que faz o ranking dos melhores países do mundo para se envelhecer, a Suíça ficou em primeiro lugar. Portugal está na 38ª posição e o Brasil, na 56ª. Em 2015, a Suíça tinha 23,6% da população com mais de 60 anos. Portugal tinha 27,1%; e o Brasil, 11,7%.
Fonte: Agência Brasil